segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Tema:

“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;”

A BEM-AVENTURANÇA DOS HOMENS DE CORAÇÃO QUEBRANTADO
Mateus 5:4

“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;”

A primeira coisa que deve destacar-se ao estudar esta bem-aventurança é que a palavra grega que significa "chorar" é o termo mais forte que pode encontrar-se nesse idioma para denotar dor ou sofrimento.
Usa-se para falar de quem chora a morte de um ser querido, para designar o lamento apaixonado de que amou a alguém que já não vive.

Na Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento, é a palavra que designa a lamentação de Jacó quando acreditou que José, seu filho, tinha morrido (Gênesis 37:34). Define-se como essa classe de dor que se apodera de um homem ao ponto em que este não pode escondê-lo ou contê-lo. Não se trata somente da dor que nos faz doer o coração, é a dor que faz subir até nossos olhos lágrimas incontidas. Aqui temos, então, uma forma muito curiosa de bem-aventurança e felicidade:

Feliz o homem que chora como se chora por algum ser querido
que morreu.



Há três maneiras de entender esta bem-aventurança:

(1) Pode interpretar-lhe literalmente: Feliz é o homem que suportou
a mais amarga tristeza que a vida pode trazer! Os árabes têm um
provérbio que diz:

"Se o sol sempre brilhar, teremos um deserto."

 A terra onde o sol sempre brilha depois de pouco tempo se converte em uma zona árida onde não cresce nenhum fruto. Há certas coisas que somente a chuva pode produzir, e certas experiências que somente foram vividas por quem padeceu sofrimentos. A dor pode fazer duas coisas a nosso favor. Pode nos revelar, como nenhuma outra experiência da vida, a bondade essencial de nossos semelhantes; e pode nos ajudar a compreender, como nenhuma outra circunstância, as dimensões do consolo e a compaixão divina. Mais de uma pessoa no momento de dor descobriu como nunca antes em sua vida o que os amigos e o amor de Deus podem significar. Quando todo marcha bem se pode viver durante anos sem penetrar além da epiderme das coisas; mas quando vem a dor somos arrastadas para as profundezas da vida, e se aceitarmos o sofrimento, uma nova beleza e fortaleza, crescerão em nossa alma.

Caminhei um quilômetro com o prazer e me proveu bate-papo todo o tempo, mas quando nos separamos não me havia dito nada importante.

Caminhei um quilômetro com a dor e não se trocou palavra entre nós,
mas quantas coisas aprendi dela quando compartilhamos nosso caminho!

(2) Algumas pessoas interpretaram esta bem-aventurança com este significado: Bem-aventurados os que se sentem desesperadamente
entristecidos por toda a dor e sofrimento que há no mundo.

Quando estudávamos a primeira bem-aventurança vimos que sempre convém conceder pouca importância às coisas, mas nunca é bom conceder pouca importância aos seres humanos. Este mundo seria um lugar muito menos habitável se não houvesse tantos que estiveram profundamente preocupados com as tristezas e os sofrimentos de outros.
Lorde Shaftesbury provavelmente foi um dos homens que mais tem feito pelos homens, mulheres e meninos que sofriam. Tudo começou de maneira muito singela. Quando era muito jovem, na cidade do Harrow, um dia ia caminhando pela rua e cruzou com o enterro de um pobre. O ataúde era uma gaveta rústica e mal feita, e em vez de carro fúnebre era transportado em um carrinho de mão. Este carrinho de mão era empurrado por um quarteto de homens bêbados, que enquanto cumpriam sua triste tarefa iam cantando canções picantes, gracejando e rindo.

Quando chegaram a um pendente a gaveta caiu do carrinho de mão e se abriu, rompendo-se. Alguns poderiam pensar que a situação era cômica; alguns teriam se afastado do lugar com nojo; alguns teriam encolhido os ombros pensando, ao mesmo tempo, que não era um problema deles, embora era triste que coisas assim acontecessem. O jovem Shaftesbury viu essa cena e pensou: "Quando crescer ocuparei minha vida em cuidar para que coisas como esta não venham a acontecer." E, efetivamente, dedicou sua vida a preocupar-se com os outros. O cristianismo é uma preocupação por outros. Esta bem-aventurança significa:

"Bem-aventurado o homem que se preocupa intensamente pelos sofrimentos, tristezas e necessidades de outros."

(3) Sem lugar a dúvida as duas interpretações anteriores formam parte desta bem-aventurança, mas a principal ideia,  a ideia central de seu conteúdo é indubitavelmente a seguinte: Bem-aventurado o homem que está desesperadamente triste por seu próprio pecado e indignidade.

Como vimos, a primeira palavra da mensagem de Jesus era "Arrependei-vos".

Ninguém pode arrepender-se a menos que esteja triste por seus pecados. A experiência que verdadeiramente transforma o homem é aquele momento em sua vida quando se encontra face a face com seu próprio pecado e se dá conta do que o pecado pode fazer nele. Um jovem ou uma jovem podem viver a vida sem preocupar-se com os efeitos ou consequências do que estão fazendo; mas chega o dia quando algo muito grave acontece e percebem pela primeira vez o gesto de dor no rosto de seu pai ou de sua mãe; e então, repentinamente, dão-se conta da magnitude de seu pecado. Isso é o que a cruz faz por nós. Quando olhamos a cruz podemos dar-nos conta de quais são as consequências de nosso pecado. O pecado pode arrancar uma das vidas mais belas que jamais vivida, e destroçá-la contra uma cruz. Uma das grandes virtudes da cruz é que abre os olhos de homens e mulheres a todo o horror do pecado. E quando alguém percebe verdadeiramente todo o horror do pecado, não pode menos que experimentar um intenso sofrimento por meu próprio pecado.

O cristianismo começa com a consciência do pecado. Quão feliz é o homem que sente profunda dor por seu pecado, o homem que sente que seu coração se rompe ao dar-se conta do que fez com sua vida, contra Deus e Jesus, o homem que fica atônito ante o desastre que o seu pecado pôde ocasionar!

Quem tem esta experiência será verdadeiramente consolado; porque se trata do que habitualmente denominamos penitência, ou arrependimento, ou contrição, e Deus nunca desprezará ao que tem o coração contrito e humilhado (Salmo 51:17). O caminho que conduz à alegria do perdão atravessa, necessariamente, pela tristeza desesperadora do arrependimento.

O verdadeiro significado da segunda bem-aventurança é:

Quão feliz é o homem cujo coração sofre pelo sofrimento do mundo e por seu próprio pecado, porque é a partir deste sofrimento que encontrará a alegria de Deus!






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