segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Tema:

A BEM-AVENTURANÇA DE QUEM SOFRE POR CRISTO Mateus 5:10-12


A BEM-AVENTURANÇA DE QUEM SOFRE POR CRISTO
Mateus 5:10-12


Uma das qualidades mais destacadas de Jesus era sua absoluta honestidade. Nunca deixou lugar a que os homens se equivocassem com respeito à sorte que podiam esperar se escolhiam segui-lo. Sempre deixou claro que "não tinha vindo para tornar fácil a vida, mas para tornar grandes os homens".
É-nos muito difícil entendermos os sofrimentos que tiveram que suportar os primeiros cristãos. Em todos os aspectos de sua vida precisaram suportar incríveis dificuldades.

(1) Sua fé podia ser motivo de que perdessem seu trabalho.
Imaginemos alguém que fosse pedreiro. Uma profissão ao que parece inocente. Mas a empresa para a qual trabalhava o enviasse a levantar as paredes de um templo pagão. Qual devia ser sua atitude? Ou possivelmente se tratasse de um alfaiate: qual devia ser sua atitude se lhe encarregavam de confeccionar as vestimentas litúrgicas de um sacerdote pagão? Em uma situação tal como aquela em que se achavam os primeiros cristãos, dificilmente haveria algum trabalho no qual não tivessem que enfrentar vez por outra conflitos entre seus interesses econômicos e sua lealdade a Jesus Cristo. A Igreja não duvidava de qual era a obrigação de seus membros.

Quase cem anos depois alguém se aproximou de Tertuliano para lhe expor este mesmo problema: "O que posso fazer? Tenho que viver!", disse depois de ter exposto sua situação.

E Tertuliano lhe respondeu: "Realmente tem que viver?" Se a alternativa era entre ser leal a Cristo e a vida, o verdadeiro cristão sabia qual era sua obrigação.

(2) Sua fé, é obvio, perturbava sua vida social. No mundo antigo a maioria das festas eram realizadas no templo de algum deus. Muito poucos eram os sacrifícios em que os animais se queimavam totalmente no altar. Em alguns casos somente se ofereciam, de maneira simbólica, alguns cabelos cortados da cabeça da vítima; parte da carne ficava para os sacerdotes, a modo de pagamento, e o resto era devolvido ao adorador. Com esta parte ele oferecia uma festa para seus parentes e amigos. Uma das divindades mais populares, a que se ofereciam sacrifícios frequentemente, era Serapis.

 E quando se mandava um convite para participar da festa que seguia inevitavelmente à cerimônia religiosa, a forma do texto dizia:
"Convido-o a compartilhar comigo a mesa de nosso Senhor Serapis..."
Podia um cristão participar de uma festa que se celebrava no templo de uma divindade pagã? Não somente isto, mas sim qualquer refeição comum, até nas casas particulares, começava sempre com uma libação, um copo de vinho que se derramava em honra de algum dos deuses. Era como "dar graças a Deus" antes das refeições. Podia um cristão participar de tal ato de adoração pagã? A resposta, também neste caso, era bem clara. O cristão devia separar-se de seus semelhantes em vez de aprovar com sua presença atos dessa natureza. Para ser cristão era necessário estar disposto a isolar-se de outros e ficar sozinho.

(3) Pior ainda, o cristão devia, em alguns casos, aceitar a ruptura de sua vida familiar. Com frequência ocorria que um dos membros da família se convertia ao cristianismo, enquanto outros seguiam sendo pagãos. Possivelmente a esposa se tornasse cristã, mas seu marido não.
Um filho ou uma filha aceitavam a fé, enquanto seus pais e irmãos permaneciam no paganismo. Imediatamente se produzia uma divisão na família. Frequentemente a porta do lar se fechava para sempre na cara daquele membro da família que tinha abraçado a fé cristã. O cristianismo não contribuía para a união da família, mas sim era como uma espada que vinha para dividi-la em duas partes. Era literalmente certo que o cristão devia estar disposto a amar mais a seu Senhor que a pai, mãe, esposa, irmão ou irmã. Naqueles dias a fé cristã muito frequentemente significava ter que escolher entre Cristo e os seres mais queridos e próximos do crente. Mais ainda, as sanções legais das que se fazia passível o cristão eram muito mais drásticas do que podemos imaginar.
Todo mundo sabe que os cristãos eram jogados aos leões ou queimados na estaca. Mas estas eram mortes misericordiosas. Nero envolvia os cristãos em breu e os usava como tochas para iluminar seus jardins; costurava-os em peles de animais selvagens e lançava aos cães de caça para que lhes rasgassem a carne a dentadas. Eram torturados no cavalo de madeira, rasgados com tenazes; vertia-se chumbo derretido sobre seus corpos; eram-lhes postos pranchas de bronze aquecidas como brasa sobre as partes mais delicadas do corpo. Era-lhês, arrancados os olhos.
Cortavam-lhes partes do corpo que eram assadas em sua presença. As mãos e os pés eram queimados, enquanto eram banhados em água fria, para prolongar a agonia. Não são coisas agradáveis de mencionar, mas para tudo isto, devia estar preparado aquele que aceitava a fé cristã.

Podemos nos perguntar por que os romanos perseguiram o cristianismo. Pareceria extraordinário e incrível que alguém acreditasse necessário e correto submeter à perseguição e morte aos que levavam piedosas vidas cristãs.

As principais razões são duas:

(1) Havia rumores caluniosos com respeito aos cristãos, que circulavam por todo o império, e os judeus eram, em parte, responsáveis por esta difamação.

(a) Acusava-se os cristãos de canibalismo; tomavam literalmente as palavras da instituição da Ceia – "Isto é meu corpo", "Este cálice é a nova aliança no meu sangue" – e corria a história de que os cristãos em seu culto sacrificavam crianças e as comiam.

(b) Acusava-se os cristãos de práticas imorais e os rumores enfatizavam que suas reuniões semanais fossem orgias de desenfreada concupiscência. O culto semanal que celebravam os cristãos era denominado Ágape, ou seja
"festa de amor", e este termo era interpretado da maneira mais grosseira possível. Os cristãos se saudavam entre si com o beijo da paz, e este gesto também servia como base de tergiversações para os caluniadores da nova fé.

(c) Acusava-se os cristãos de ser incendiários. É certo que com muita frequência falavam do fim do mundo, e que revestiam a mensagem de sua fé com as imagens de uma linguagem apocalíptica, segundo o qual as chamas consumiriam todas as coisas. Os críticos do cristianismo distorciam esta terminologia, transformando-a na ameaça de uma incendiária plataforma revolucionária, no sentido político deste termo.

(d) Acusava-se os cristãos de perturbar as relações familiares. O cristianismo, de fato, produzia divisões nas famílias, como vimos; por esta razão era representado como uma fé que dividia o marido da esposa, e transtornava a vida da família. As mentes maliciosas tinham suficiente material para inventar suas infundadas calúnias.

(2) Mas o principal motivo das perseguições era de natureza política. Pensemos na situação do Império Romano que naquela época incluía quase todo mundo conhecido, das ilhas britânicas até o Eufrates, e desde a Germânia até o norte da África. Como se podia fazer para que esta enorme amálgama de nações e povos tivesse algum reflexo de unidade política? Onde se poderia descobrir um princípio unificador? No princípio foi encontrado no culto da deusa Roma, o espírito tutelar do império. As províncias do vasto império aceitavam prazerosas esta divindade, porque o governo de Roma havia lhes trazido a paz e a ordem pública, a legalidade e a justiça. Ficaram livres de assaltantes as estradase os mares estavam livres de piratas; o despotismo e a tirania dos soberanos autocratas tinha sido deslocado pela imparcial justiça romana.
O habitante da província estava bem disposto a participar da adoração do espírito do império que tanto tinha feito por ele.
Mas a adoração de Roma avançou um passo mais. Havia um homem que personificava o Império, um homem que podia oferecer-se como encarnação de Roma, e este homem era o imperador. Portanto o imperador chegou a ser considerado um deus, rendendo-se a ele honras dignas de um deus e construindo-se templos dedicados à sua divindade.

O governo romano não foi o iniciador deste culto; de fato, no princípio fez todo o possível por desalentá-lo. O imperador Cláudio disse que desprezava a tributação de honras divinas a um homem. Mas com o correr do tempo os romanos descobriram que esse culto do imperador podia servir como princípio unificador do enorme Império Romano; ali estava o centro comum ao qual todos podiam acudir. Deste modo finalmente a adoração do imperador deixou de ser voluntária e se tornou obrigatória.

Uma vez por ano todos os varões do Império deviam ir ante uma imagem de César e queimar um pingo de incenso, dizendo: "César é o Senhor." E isto, precisamente, era o que os cristãos se negavam a fazer.
Para eles o Senhor era Jesus Cristo, e não estavam dispostos a oferecer a nenhum homem o título que correspondia a Ele.
Pode perceber-se imediatamente que a adoração de César era mais que nada uma prova de lealdade política. De fato, quando alguém cumpria o ato de adoração que se descreveu, recebia um certificado, o libellus, no qual se estabelecia que o possuidor tinha comprido o seu dever como habitante do Império Romano, e que portanto podia adorar a qualquer outro deus que quisesse, sempre que seu culto não interferisse com a ordem pública nem atentasse contra a decência. Os cristãos se negavam a aceitar esta norma. Confrontados pela alternativa de escolher entre Deus ou César, sem vacilar preferiam seguir a Cristo. Negavam-se a entrar em acordos de qualquer espécie. O resultado era que por melhor pessoa e melhor cidadão que fosse, o cristão ficava, automaticamente, fora da lei. O vasto Império Romano não podia permitir-se alojar redutos de deslealdade, e isso era precisamente o que significava cada congregação cristã, segundo o ponto de vista das autoridades.

 Um poeta se referiu a: "O rebanho temeroso e angustiado cujo crime era Cristo."

O único crime dos cristãos era colocar a Cristo acima de César; e por esta lealdade suprema os cristãos morreram aos milhares e enfrentaram incríveis torturas.


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