Instruções ao Hospedeiro (Lc. 14:12-14).
12 Disse também ao que o havia convidado : Quando deres um jantar, ou uma ceia, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem os vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso retribuído.
13 Mas, quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os mancos e os cegos;
14 e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que te retribuir ; pois retribuído te será na ressurreição dos justos.
O hospedeiro é tão egocêntrico como os seus hóspedes. As suas relações sociais são baseadas no princípio de reciprocidade.
Uma vista d’olhos pela mesa era suficiente para mostrar que ele havia preparado a sua lista de convidados com um olho em possíveis benefícios pessoais futuros.
Jesus critica a estrutura egocêntrica da sociedade, da qual o círculo fechado ao redor da mesa era um microcosmo.
Jesus recomenda que aquele homem quebre o seu círculo social, e convide hóspedes de quem não pode esperar receber benefício nenhum (cf. 6:32-36).
As palavras de Jesus causaram um impacto muito maior, nas sensibilidades sociais, do que provavelmente imaginamos.
Os defeitos físicos tinham implicações religiosas. Os aleijados, os mancos e os cegos eram excluídos da participação plena da comunidade religiosa.
Classificados entre os pecadores, eles não podiam manter contato íntimo com os justos, que gozavam de posições privilegiadas, em suas comunidades.
Jesus recomenda, ao seu hospedeiro, que convide, para as suas atividades sociais mais íntimas, as próprias pessoas que o seu grupo teria excluído completamente.
Se Jesus estivesse falando a nós, usaria outras categorias.
Mas podemos estar certos de que ele nos recomendaria igualmente que abríssemos as nossas casas e atividades sociais para as próprias pessoas contra quem temos os mais profundos preconceitos e excluiríamos da maneira mais natural.
Os que agem da maneira que Jesus aconselha podem esperar ser retribuídos, pois Deus os recompensará.
A primeira vista, estes conceitos parecem ameaçar a pureza da ética cristã.
Mas o seu pagamento é que eles serão objetos do amor de Deus, que também se estende a pessoas que não podem retribuir os seus favores.
Elas não serão excluídas da festa de Deus.
Em alguns círculos teológicos judaicos, havia uma crença de que a ressurreição seria limitada aos justos.
Contudo, seria um erro atribuir tal crença a Jesus, Lucas, ou às comunidades cristãs suas contemporâneas, baseando-nos nesta frase (veja, v.g., At. 24:15).
Jesus afirma que amor altruísta e boa vontade transcendem a morte e têm significado eterno.
Fonte: Comentário Bíblico Broadman
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