DOM QUE PERMANECE
Tenho uma sugestão. Pode não parecer caro, nem original, mas, creia-me, funciona sempre. Trata-se de um desses presentes que têm imenso valor, sem ostentar uma etiqueta de preço. Não pode ser perdido, nem esquecido. Não há problemas com tamanhos, tampouco. Adapta-se a todas as formas, idades e personalidades. Este presente ideal é... você mesmo. Na sua busca de caráter, não se esqueça do valor do altruísmo.
É isso mesmo: dê um pouco de você mesmo para os outros.
Dê uma hora de seu tempo a alguém que precisa de você. Envie uma nota de encorajamento a alguém que está desani¬mado. Dê um abraço de afirmação a alguém de sua família. Faça uma visita de misericórdia a alguém que está prostrado numa cama. Faça uma refeição para uma pessoa doente. Diga uma palavra de compaixão a alguém que perdeu seu cônjuge. Faça um ato de bondade a alguém obscuro e esquecido.
Ensinou-nos Jesus. "... quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes" (Mateus 25:40).
Teddy Stallard era excelente concorrente ao título de "pequenino." Não se interessava pela escola. Usava roupas velhas, amarfanhadas. Nunca penteava o cabelo. Era um desses meninos, na escola, que exibem uma face desconsolada, sem expressão, um olhar enevoado, sem foco definido. Quando a professora, Miss Thompson, falava ao Teddy, ele sempre respondia com monossílabos. Era um camaradinha distante, des-tituído de graça, sem qualquer motivação, difícil de a gente gostar. Embora a professora dissesse que amava a todos da classe por igual, bem lá dentro ela não estava sendo muito verdadeira.
Sempre que ela corrigia as provas de Teddy, sentia certo prazer perverso em rabiscar um X ao lado das respostas erradas, e ao lascar um zero no topo da folha, fazia-o com certo gosto. Ela tinha a obrigação de conhecer melhor o Teddy; os dados do menino estavam com ela. A professora sabia mais sobre ele do que gostaria de admitir. O currículo do garoto era o seguinte:
1a série — Teddy promete muito, quanto ao rendimento escolar e atitudes. Situação doméstica má.
2a série — Teddy poderia melhorar. A mãe está muito doente. O menino recebe pouca ajuda em casa.
3a série — Teddy é um bom aluno, mas sério demais. Aprende devagar. É lento. A mãe morreu neste ano.
4a série — Teddy é lento mas tem bom comportamento. O pai é desinteressado de todo."
Chegou o Natal. Meninos e meninas da classe da senhorita Thompsom lhe trouxeram presentes. Empilharam os pacotinhos na mesa da professora e rodearam-na, observando-a enquanto ia abrindo-os. Entre os presentes havia um, entregue por Teddy Stallard. Ela ficou surpresa ao ver que ele lhe havia trazido um presente. Mas, trouxera mesmo. O presente dele estava enrolado em papel pardo e fita colante, no qual ele escrevera umas palavras simples: "Para Miss Thompson — do Teddy." Quando ela abriu o pacote de
Teddy, caiu sobre a mesa um bracelete vistoso, feito de pedras semelhantes a cristais, metade das quais já havia desaparecido, e um frasco de perfume barato.
Os meninos e meninas começaram a sufocar risadas, exibindo sorrisos afetados, por causa dos presentes de Teddy. Contudo, Miss Thompson pelo menos teve bom senso suficiente para silenciá-los ao pôr no pulso, imediatamente, o bracelete e um pouco de perfume. Colocando o pulso à altura das narinas das crianças, para que cheirassem, ela perguntou: "Não é delicioso esse perfume?" As crianças, seguindo a pista deixada pela mestra, imediatamente concordaram com "uuu!" e "ôôô!"
Terminadas as aulas, após as crianças terem ido embora, Teddy demorou-se, e foi ficando. Muito lentamente, ele se aproximou da professora para dizer-lhe:
— Miss Thompson... Miss Thompson, a senhora tem o mesmo cheiro de minha mãe... e o bracelete dela ficou bonito na senhora, também. Fiquei contente porque a senhora gostou dos meus presentes.
Depois que Teddy saiu, Miss Thompson caiu de joelhos e pediu perdão a Deus.
No dia seguinte, quando as crianças voltaram à escola, foram recepcionadas por uma nova professora. Miss Thompson se tornara uma pessoa diferente. Já não era mais mera professora: tornara-se uma agente de Deus. Assumira, então, o compromisso de amar seus alunos, e fazer por eles coisas que permaneceriam, que a sobreviveriam, quando ela já não existisse. Passou a ajudar a todas as crianças, especialmente Teddy Stallard. Pelo fim daquele ano escolar, Teddy mostrava uma melhora dramática. Alcançara a maior parte dos alunos e chegou a ficar à frente de alguns deles.
Miss Thompson não recebeu notícias de Teddy, durante longo tempo. Então, um dia, entregaram-lhe uma carta:
"Querida Miss Thompson:
Eu quis que a senhora fosse a primeira a saber.
Estou-me formando em segundo lugar, em minha
classe.
Com muito amor,
Teddy Stallard."
Quatro anos mais tarde, ela recebeu nova carta:
"Querida Miss Thompson:
Disseram-me há pouco que sou o primeiro aluno da classe. Estou-me formando este ano. Quis que a senhora fosse a primeira a saber. A universidade não tem sido fácil, mas eu gosto. Com muito amor,
Teddy Stallard."
Mais quatro anos depois:
"Querida Miss Thompson:
A partir de hoje, sou Theodore Stallard, doutor em medicina. Que acha? Eu quis que a senhora fosse a primeira a saber. Vou casar-me no mês que vem, para ser exato, no dia 27. Quero que a senhora venha e se sente onde minha mãe se sentaria se ela fosse viva. A senhora é a única pessoa da família que tenho, agora. Meu pai morreu no ano passado.
Com muito amor,
Teddy Stallard."
A senhorita Thompson foi àquele casamento e sentou-se no lugar onde a mãe de Teddy teria sentado. Ela o mereceu. Havia feito pelo Teddy algo de que ele jamais se esqueceria.
Que é que você poderia dar como presente? Em vez de simplesmente dar uma coisa, dê algo que sobreviva a você mesmo. Seja generoso. Dê-se a si mesmo a algum Teddy Stallard, "um destes pequeninos" a quem você pode ajudar a tornar-se um dos grandes.
A Busca de Hoje
Amor. Nenhum outro assunto maior pode ser enfatizado. Nenhuma outra mensagem mais poderosa pode ser procla¬mada. Nenhuma outra canção mais bela pode ser entoada. Nenhuma outra verdade mais rica pode ser imaginada. "Ah, o amor, o profundo amor de Cristo!" Seja esse o seu tema, seu assunto, sua canção, seu pensamento hoje, quando você estiver cultuando o Filho de Deus.
Leia 1 João 2:7-10; 3:13-24.
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