quinta-feira, 24 de abril de 2014

Tema:

UMA ADVERTENCIA E UM ENCORAJAMENTO Hb. 10.26-39.

UMA ADVERTENCIA E UM ENCORAJAMENTO Hb. 10.26-39.

Hebreus 10:26-31

De vez em quando o autor de Hebreus fala com uma severidade que
quase não tem paralelo no Novo Testamento. Há poucos escritores que
possuam tal sentido de horror e terror frente ao pecado. Nesta passagem
seu pensamento retrocede à sinistra descrição feita em Deuteronômio
17:2-7. Ali estabelece-se o seguinte quando se prova que alguém foi
após deuses estranhos, rendendo-lhes culto: “Então, levarás o homem ou
a mulher que fez este malefício às tuas portas e os apedrejarás, até que
morram. Por depoimento de duas ou três testemunhas, será morto o que
houver de morrer; por depoimento de uma só testemunha, não morrerá.
A mão das testemunhas será a primeira contra ele, para matá-lo; e,
depois, a mão de todo o povo; assim, eliminarás o mal do meio de ti.”

O autor tem este terror ao pecado por duas razões.

Em primeiro termo, vivia numa época em que a Igreja era constantemente o alvo dos ataques. O maior perigo que corria a Igreja estava no possível mal viver e a apostasia de seus membros. Uma Igreja não podia em tais
circunstâncias permitir o luxo de cobrir membros que fossem uma má
propaganda para a fé cristã. Esta classe de gente teria significado uma
trava insuperável. Em tais circunstâncias a Igreja não podia permitir-se
ter apóstatas. Seus membros deviam ser fiéis ou não ser membros. Na
época do autor a lealdade fazia-se a necessidade suprema e absoluta de
uma Igreja que queria sobreviver. Isto ainda hoje é verdade.

Dick Sheppard dedicou grande parte de sua vida à pregação ao ar
livre a pessoas que eram hostis ou indiferentes à Igreja. De suas
perguntas, argumentos e críticas dizia ter aprendido que "a maior trava
que a Igreja tem é a vida insatisfatória dos cristãos professos".
O cristão insatisfatório foi e é aquele que mina os próprios
fundamentos da Igreja.

Em segundo lugar, o autor de Hebreus tinha certeza de que o pecado se tornou duplamente sério por motivo do novo conhecimento de Deus e de sua vontade trazido por Jesus Cristo. Um dos antigos teólogos escreveu um tipo de catecismo. No final termina perguntando o que acontece se o homem menospreza a verdade e a apelação do oferecimento de Jesus Cristo. Sua resposta é que o resultado necessário é a condenação, "e tanto mais porque leu este livro".
Quanto maior é o conhecimento, tanto maior é o pecado. A convicção do autor de Hebreus era que se já sob a Lei antiga a apostasia era algo terrível, tinha-se voltado duplamente atroz agora que Cristo tinha vindo.

A seguir nos dá três definições do pecado.

(1)  Pecar é pisotear a Cristo  Pecar é pisar o oferecimento do amor.
O pecado não é meramente rebelar-se contra a Lei, mas sim além disso ferir o amor. O homem pode resistir quase qualquer ataque contra seu corpo; mas o que o prostra inteiramente é a quebra do coração. Conta-se que nos dias de terror de Hitler, um homem na Alemanha tinha sido detido, julgado, torturado e lançado ao campo de concentração. Ele tinha enfrentado tudo impertérrito, com coragem, saindo vitorioso e incólume das provas. No final seu corpo estava destroçado mas sua cabeça erguida e seu espírito invencível. Então se descobriu acidentalmente quem era aquele que primeiro tinha prestado relatório contra ele: o delator a quem se deveu seu arresto era seu próprio filho.
Esta descoberta o destroçou e morreu. Pôde suportar o ataque inimigo, mas foi destroçado pelo ataque de alguém a quem amava.

Quando César foi assassinado enfrentou a seus assassinos com uma valentia decidida e quase desdenhosa. Mas quando viu a mão de seu amigo Bruto erguida para golpear, escondeu a cabeça em seu manto e morreu. Uma vez que Cristo veio, o terrível do pecado já não consiste em quebrantar a Lei, mas em pisotear o amor de Cristo. O pecado tornou-se o crime mais terrível do mundo — o crime contra o amor.

(2) Pecado é não descobrir o sacrossanto nas coisas sagradas.

Nada há que produza um estremecimento tal como o sacrilégio.
Durante o dia do estudante costuma-se a conceder aos estudantes uma grande margem de liberdade. A ordem do dia é causar alvoroço; tanto as autoridades como o público os observam com tolerância e em certa medida até com satisfação. Mas durante certa semana do estudante um grupo levou a cabo um ato de "strip-tease" ao pé da capela de uma cidade importante. É obvio que se fez por ignorância, e a pessoa mais complicada no assunto jamais teria cometido tal ação se tivesse tido consciência da situação. Mas perante este ato houve uma pública expressão de espanto. A santidade da capela tinha sido violada; algo sagrado tinha sido usada como se carecesse de santidade. O autor de Hebreus diz efetivamente: "Olhem o que foi feito por vocês; olhem o sangue derramado e o corpo destroçado de Cristo; olhem o que custou sua nova relação com Deus; vocês podem tratar isto
como se não importasse? Não se dão conta de que estão tratando com
coisas muito sagradas?" O pecado consiste em não compreender o
sacrossanto do sacrifício da cruz.

(3) O pecado é um insulto ao Espírito Santo. O Espírito Santo é aquele que fala dentro de nós, aquele que nos diz o que é bom e o que é mau. Busca deter-nos quando nos encaminhamos ao pecado e nos aguilhoar quando somos arrastados a uma letargia cômoda. Ignorar e desatender estas vozes e avisos é insultar o Espírito. Rechaçar o aviso de um homem bom e sábio, desatender com desprezo seu convite e abusar de sua hospitalidade é insultá-lo. Ignorar completamente as súplicas, os convites e os imperativos do Espírito para seguir o próprio caminho, é insultar e ferir o coração de Deus. De tudo isto resulta uma coisa. O pecado não é a desobediência a uma lei impessoal, mas sim a alteração e o naufrágio de uma relação pessoal. Pecar não é ir contra a Lei, mas sim desafiar, ferir e violar o coração de Deus cujo nome é Pai.

Agora o autor termina sua interpelação com uma ameaça. Cita
Deuteronômio 32:35-36 onde claramente se percebe a severidade de
Deus. No coração do cristianismo há uma ameaça permanente. Remover
essa ameaça é adulterar a fé. No final não será tudo o mesmo para o bom
que para o mau, pois ninguém pode evitar o fato de que no final vem o
juízo.

UM ENCORAJAMENTO
Hebreus 10:32-39

Houve um tempo em que os leitores da Carta se acharam diante de obstáculos insuperáveis. Quando se tornaram cristãos tinham conhecido a perseguição e o saque de seus bens; tinham aprendido o que significava envolver-se com os que eram impopulares e ser objeto de suspeitas. Tinham enfrentado a situação com coragem e honra. E agora, quando estão em perigo de ser arrastados, o autor lembra sua lealdade anterior. Uma das realidades da vida é que em certo sentido é mais fácil resistir à adversidade que à prosperidade. O ócio e a comodidade arruinaram a muitos mais homens que as dificuldades. O exemplo clássico disto é o que aconteceu com o exército do Aníbal. Aníbal de Cartago foi um general que derrotou as legiões romanas: foi o único que venceu os conquistadores. Mas os romanos que perdiam com frequência uma batalha, raramente perdiam uma campanha. Chegou o inverno e as operações deviam suspender-se. Aníbal hibernou com suas tropas na Cápua que tinha sido capturada. Cápua era a cidade da brandura. E um inverno na Cápua obteve o que não tinham obtido as legiões romanas; um inverno de brandura debilitou tanto o moral das tropas cartaginesas que quando chegou a primavera e
se reatou a campanha foram incapazes de resistir aos romanos. O ócio os arruinou enquanto a luta os endurecia. Frequentemente isto é verdade na vida cristã. Com frequência um homem pode enfrentar com honra a grande hora do testemunho e da prova; é a rotina de cada dia a que debilita suas forças e altera sua fé. A apelação do autor pode ser feita a todos os homens. Com efeito, diz: "Sede o que foram no melhor de seus momentos". Se tão só pudéssemos ser sempre o que fomos no melhor de nossos momentos, então nossa vida seria muito diferente. O cristianismo não exige o impossível. Se fôssemos sempre tão retos, honestos, amáveis, valentes e corteses como fomos em nossos melhores tempos, a vida seria muito diferente. Cada um poderia ter o seguinte lema: "Nunca serei menos que o melhor."

Para obter isto deve haver alguns requisitos.

(1) Precisamos manter viva nossa esperança. O atleta realiza um grande esforço porque tem à vista o foco da meta. Submete-se à disciplina de todo treinamento pelo fim que tem em vista. Se a vida consistisse só em fazer diariamente as coisas rotineiras, bem poderíamos cair na política de nos deixar arrastar pela corrente; mas se estamos a caminho ao céu e à coroa celestial, então a vida deve viver-se sempre com toda intensidade e esforço.

(2) Necessitamos fortaleza. A perseverança é uma das grandes virtudes não românticas. A maioria pode começar bem. Quase todos podem ser bons espasmodicamente. Cada um tem seus dias bons e seus grandes momentos. A cada um foram-lhe concedidos momentos para remontar-se com asas de águia. Nos momentos de muito esforço cada um pode correr sem cansar-se. Mas o maior dom de todos é caminhar e não desfalecer.

(3) Precisamos lembrar o fim. O autor cita Habacuque 2:3. O profeta diz que se o povo se mantiver firme em sua lealdade para com Deus, Deus não os defraudará na situação presente; mas a vitória corresponderá só ao homem que persista. Para o autor de Hebreus a vida está a caminho rumo à presença de Cristo. Por isso jamais se deve permitir que seja arrastada, que se jogue para trás ou se abstenha perante as exigências da lealdade. O final da vida é o que faz com que todo seu processo seja importante; só o homem que persevere até o fim será salvo. Aqui nos convoca a não ser nunca menos do que fomos em nossos melhores momentos; para buscar sempre a virtude não romântica mas essencial da perseverança; a ter sempre presente que vem o fim. Se a vida for o caminho para Cristo, então ninguém pode permitir o luxo de extrextraviar-se ou deter-se.

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