A religião Pura: (Tiago 1.27) Matthew Henrry

A religião Pura: Matthew Henry (Tiago 1.27)

O apostolo nos informa a seguir como podemos distinguir entre a religião vã e a que e pura e aprovada por Deus. Há grandes e acaloradas discussões no mundo acerca dessa questão: qual religião e falsa e vã, e qual e verdadeira e pura. Eu gostaria que os
homens permitissem que as Escrituras determinassem essa questão. E aqui está clara e peremptoriamente declarado:

Esta declarado aqui clara e peremptoriamente em que consiste a verdadeira religião: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta” (v. 27).

(1) E a gloria da religião ser pura e não manchada; não misturada com as invenções dos homens nem com as corrupções do mundo. As falsas religiões podem ser conhecidas por sua impureza e falta de amor; de acordo com a de João, “...qualquer que não pratica a justiça não e de Deus nem aquele que não ama a seu irmão”
(1 Jo 3.10). Mas, por outro lado, uma vida santa e um coração amoroso mostram a verdadeira religião. A nossa religião não e (diz o Dr. Manton) embelezada com cerimônias, mas com pureza e amor. E é uma boa observação dele, segundo a qual a religião que e pura precisa ser mantida imaculada.

(2) E pura e imaculada aquela" A religião que o e assim perante Deus Pai. E correto aquilo que o e aos olhos de Deus, e que tem como principal alvo a aprovação dele. A verdadeira religião nos ensina a fazer tudo como na presença de Deus; e buscar o seu favor e se empenhar em agrada-lo em todas as nossas ações.

(3) Compaixão e caridade pelos pobres e aflitos formam uma grande e necessária parte da verdadeira religião: “Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações”. Visitar aqui representa todas as maneiras de alivio que somos capazes de dar aos outros; e os órfãos e viúvas são aqui especialmente mencionados, porque em geral eles são os mais suscetíveis de serem negligenciados e oprimidos. Mas com a referencia a eles devemos entender todos os que são objetos adequados da caridade, todos
os que estão aflitos. E notável que a essência da religião possa ser resumida em duas coisas: ser caridoso e aliviar os aflitos.

(4) Uma vida imaculada precisa acompanhar o amor e a caridade não fingidos: “...guardar-se da corrupção do mundo”. O mundo e capaz de manchar e sujar a alma, e é duro viver nele, ter de tratar com ele, e não se manchar; mas esse deve ser o nosso
constante alvo. Nisso consiste a pura e verdadeira religião. As próprias coisas do mundo corrompem demais o nosso espírito, se nos familiarizamos demais com elas;
mas os pecados e as paixões do mundo o desfiguram e mancham de forma realmente deplorável. João abrange tudo o que ha no mundo, que não devemos amar, sob
três áreas: “...a concupiscência da carne a concupiscência dos olhos e a soberba da vida”', e manter-nos imaculados de todas elas e nos mantermos imaculados do
mundo. Que Deus possa por sua graça manter tanto o nosso coração como a nossa vida puros, afastados do amor ao mundo, e das tentações de homens ímpios e mundanos.