III Os juízos de Deus sobre eles por
essa idolatria; não muitos juízos temporais (as nações idólatras foram as que
governaram e conquistaram o mundo), mas juízos espirituais, entregando-os aos
desejos mais brutais e antinaturais. Ele os entregou; três vezes repetido
aqui (VV. 24,26,28).
Juízos
espirituais são, de todos os juízos, os mais dolorosos, e portanto devem ser os
mais temidos.OBSERVE:
1º Por quem eles foram abandonados.
Deus os abandonou, em uma forma de justo juízo, como a justa punição à
idolatria deles,
Tirando
deles a rédea da graça; deixando-os por si mesmos; deixando-os sozinhos; pois
sua graça é própria dele, Ele não é devedor a nenhum homem, Ele pode dar ou
reter a sua graça conforme lhe aprouver. Se esse abandonar é um ato positivo de
Deus ou somente privativo, nós deixamos às escolas de interpretação debaterem:
mas estamos seguros disso de que não é nenhuma coisa nova para Deus abandonar os homens aos desejos
de seus próprios corações, enviar-lhes ilusões fortes, deixar Satanás
atacá-los, e até por pedras de tropeço diante deles. E, no entanto Deus não é o
autor do pecado, mas, nesse caso, infinitamente justo e santo; pois, embora a
maior maldade se seguisse a esse abandonar, a culpa deve recair sobre o coração
ímpio do pecador. Se o paciente é obstinado e não se submete aos métodos
prescritos, mas propositalmente toma e faz o que é prejudicial a si mesmo, o
médico não será culpado se ele o abandona como estando em uma condição
desesperada; e todos os sintomas fatais que se seguem não devem ser imputados
ao médico, mas à própria doença e a loucura e obstinação do paciente.
2º A que eles foram abandonados:
A} “ às concupiscências do seu
coração, à imundícia”(VV.24,26,27).
Aqueles que
não acolhem as mais puras e refinadas informações da luz natural, que tende a
preservar a honra de Deus, com razão perderam aqueles sentimentos maiores e
mais palpáveis que preserva a honra da natureza humana.
O homem que esta em
honra, e se
recusa a entender o Deus que o fez, torna-se pior que os animais que perecem (Sl.
49.20). Mas é às concupiscência do coração que se deve colocar a culpa.
Aqueles que
desonram a Deus foram abandonados para desonrarem a si mesmos. Um homem não
pode ser entregue a uma maior escravidão do que ser abandonado aos seus
próprios desejos. Esses são entregues como os Egípcios (Is.19.4), nas mãos de
um senhor cruel. Os exemplos particulares de sua impureza e sentimentos vis são
seus desejos antinaturais, pelos quais muitos dos pagãos, até mesmo dos que
entre eles se passavam por homens sábios, como Sólon e Zenão, eram infames,
contra os mais claros e mais óbvios ditados da luz natural.
A iniqüidade
gritante de Sodoma e Gomorra, sobre as quais Deus fez chover fogo dos céus,
tornou-se não só comumente praticada, mas reconhecida nas nações pagãs. Talvez
o apóstolo se refira de maneira especial às abominações que eram cometidas na
adoração de seus deuses-Ídolos, nas quais eram praticadas as piores das
impurezas para honra dos seus deuses.
Veja que
impiedade há na natureza humana.
Quão
abominável e imundo é o ser!
Quanto somos
devedores à graça restritiva de Deus por preservar um pouco da honra e decência
da natureza humana!
B} A uma mente censurável nessas
abominações (v.28):
1° Eles “não se importaram de ter
conhecimento de Deus”.
A cegueira
do entendimento deles foi causada pela aversão obstinada de suas vontades e
afeições. Eles não retiveram Deus em seu conhecimento, porque eles não se
importavam com isso. Eles não conheceriam nem fariam nada senão o que lhes
agradasse. Essa é bem a atitude de corações carnais: agradar a si é a mais alta
finalidade. Há muitos que tem Deus em seu conhecimento, eles não podem evitar,
a luz brilhar com tanta força em suas faces ;mas eles não o retêm ali. Eles dizem a Deus retira-te de nós (Jó
21.14).
2º refutando a essa obstinação deles,
em contradizer a verdade, Deus os entregou a uma obstinação nos pecados mais
grosseiros, aqui chamado de
“um
sentimento perverso”,
uma mente vazia de todo o senso e juízo para
discernir coisas que se diferem, de forma que eles não conseguiam distinguir a
mão direita da esquerda em coisas espirituais. Veja para onde o curso do pecado
leva, em que abismo mergulha o pecador afinal; para lá os desejos carnais têm
uma tendência direta.
Olhos cheios de
adultérios não conseguem cessar de pecar (2Pd.2.14).
Essa mente
censurável era a consciência insensível e assustada (Ef.4.19).
Quando o
discernimento se alia ao pecado, o homem está nos subúrbios do inferno. Assim,
a dureza obstinada é com razão castigada com dureza que vem como castigo.
Para fazerem coisas que
não convém. Essa
frase pode parecer indicar mal menor; mas aqui é expressão das maiores
perversidades; coisas que não são aceitáveis para o homem, mas contradizem a
própria luz e lei da natureza. Não menos que 23 dos vários tipos de pecados de
pecadores estão aqui especificados (VV.29-31).
1º lugar
Aborrecedores de Deus
É possível imaginar que criaturas
racionais odeiem o Sumo Benfeitor; e criaturas dependentes detestem a fonte do
seu ser?
No entanto é
assim que ocorre. Todo no pecado tem em si um ódio contra Deus
2º lugar
Contra o
quinto mandamento; desobedientes a pai e mães e sem afeição natural
Contra o
sexto mandamento; malícia ,avareza,maldade,inveja, homicídio, contenda, engano,
malignidade, sendo soberbos, irreconciliáveis, sem misericórdia .
Contra o
sétimo mandamento; prostituição.
Contra o
oitavo mandamento; avareza.
Contra o
nono mandamento; engano, sendo murmuradores, detratores, infiéis nos contratos,
mentirosos e caluniadores.
Aqui há
bastante para humilhar a todos nós, no sentido de nossa corrupção original;
pois todo coração por natureza tem em si a semente do todos os pecados.
No final ele
menciona os agravantes dos pecados (v.32).
1º Eles
conheciam a justiça de Deus
2º Eles
sabiam da penalidade
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