O escopo dos
primeiros dois capítulos dessa epistola pode ser resumido pela passagem de
3.9: “ Pois já dantes demonstramos que,
tanto judeus como gregos estão debaixo do pecado”. Isso nós provamos no
(cap.1), agora neste capitulo ele prova isso sobre os judeus, como aparece no
versículo 17 “ tu que tens por sobre nome judeu.”
I Ele prova em geral que os judeus e gentios estão no
mesmo nível diante da justiça de Deus, até o versículo 11.
II Ele mostra de maneira mais particular de quais pecados
os judeus eram culpados, não obstante sua confissão e vãs pretensões
(VV.17-29).
VV. 1-16
No capitulo
anterior, o apostolo apresentou o “estado” do mundo gentílico como sendo tão
ruim e negro como os judeus sem duvida concordavam. E, agora, planejando
mostrar que o estado dos judeus era muito ruim também, e seu pecado em muitos
aspectos, mais grave, para preparar o caminho ele se esforça nesta parte do
capitulo para mostrar que Deus procederia em condições iguais de justiça com os
judeus e gentios; e não com parcialidade que os judeus podiam pensar que ele
usaria a favor deles.
I Ele os repreendeu por sua falta de autocrítica e
presunção (v.1).
És inescusável quando
julgas ó homem, quem quer que seja. Ele se dirige especialmente aos judeus e particularmente a
eles ele aplica essa acusação geral (v.21). Tu que ensinas a outro não te ensinas
a ti mesmo?
Os judeus
eram geralmente um tipo de povo orgulhoso, que olhava com desdém os pobres gentios como não merecedores de
ficarem juntos com os cães de seu rebanho; entretanto ao mesmo tempo eles eram
tão maus e imorais (embora não idólatras, como os gentios, contudo sacrílegos
(v.22). Portanto és inescusável. Se os gentios que tinham apenas a luz
da natureza, eram indesculpáveis (cap.1.20), muito mais os judeus, que
tinham a luz da lei, a vontade revelada
de Deus, e assim tinham mais recursos que os gentios.
II Ele afirma a justiça invariável do governo divino
(VV.2,3).
Para inculcar a convicção, ele aqui mostra como
é justo o juiz com quem temos que tratar, e como ele é justo em seus
procedimentos. È comum ao apostolo Paulo, em seus escritos mencionar algum
ponto material, fazer grandes divagações sobre ele; como aqui em relação à
justiça de Deus (v.2) que, o juízo de Deus é segundo a verdade -de acordo com as regras eternas de justiça e
equidade; de acordo com o coração e não de acordo com a aparência externa (1Sm.
16,7); de acordo com as obras, e não com
acepção de pessoas, é uma doutrina da qual nós todos temos certeza, porque ele
não seria Deus se não fosse justo; mas cabe considerá-la especialmente aqueles
que condenam os outros por essas coisas das quais eles mesmos são culpados,e assim, enquanto
eles praticam o pecado e persistem nessa prática, pensam em subornar a Justina
divina protestando contra o pecado e acusando aos gritos os outros de serem
culpados, como se pregar contra o pecado os expiasse da sua culpa. Mas observe
como ele apresenta isso a consciência do pecador (v.3): E tu, ó homem que julgas?
O homem, uma criatura racional, uma criatura dependente, feita por Deus,
sujeita a Ele, e responsável diante dEle. O argumento é tão claro que podemos
ousar apelar aos pensamentos do próprio pecador: “Acaso tu escaparás ao juízo de
Deus”? Pode o Deus que esquadrinha os corações ser enganado por
fingimentos formais, o justo juiz de todos ser assim subornado e afastado? Os
pecadores mais plausíveis e sagazes, que se desculpam diante dos homens com a
maior confiança, não podem fugir do juízo de Deus, não podem evitar serem
julgados e condenados
Fonte: Mathew Henry
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