A síndrome de Saul

Saul é considerado frequentemente um homem atormentado por inveja e paranoia, e é fácil ver o motivo dessa impressão ao ler as narrativas de 1 Samuel 18-30. Mas ele nem sempre foi assim. No início (de Samuel), ele é descrito como um jovem tímido, sincero e agradável. Ele é apresentado como o tipo de indivíduo que as pessoas naturalmente escolheriam para ser rei. O que causou a mudança? Por que Saul fracassou?

      Um fator identificado pela narrativa foi o Espírito do Senhor. O Espírito se apossou de Saul ( 1Sm 10.10), capacitando-o para o cargo real. Depois o Senhor substituiu esse Espírito por um espírito maligno (1Sm16.14). Daí em diante, Saul perdeu a capacitação divina essencial para o reinado bem-sucedido. Saul não tomou boas decisões, nem preservou a justiça.

      Todavia, mesmo antes dessa fase, havia indícios de que nem tudo estava bem. O fracasso de Saul parecia alimentado por sua falta de SENSIBILIDADE ESPIRITUAL. Ele era sincero, mas SUPERFICIAL. Isso ficou claro quando ele aparentemente menosprezou a identidade ou a função de Samuel (1 Sm9.10-15), embora a casa dele ficasse a apenas  oito quilômetros da sua. Além disso, Saul não foi capaz de RECONHECER a ofensa terrível que cometera ao oferecer o sacrifício antes da batalha (13.8-12) e ao deixar de executar Agague (15.13-35). Até Jônatas, seu filho, condenou a falta de bom senso do pai (14.29). O Fato ocorrido na vida de Saul- quando ele decidiu recorrer à médium para obter informações ( 1Sm 28) – sugere que ele jamais tenha ENTENDIDO realmente alguns princípios básicos da teologia israelita ortodoxa. É verdadeiro e digno de louvor que ele não tenha adorado outros deuses, mas, provavelmente não PERCEBEU como Javé e DIFERENTE deles. Como israelita do século XI a. C. , o defeito de Saul é compreensível e não difere da população em geral nem dos juízes que serviam em Israel nos séculos anteriores.

     Ao relatar, de forma abreviada a vida e o fracasso de Saul, percebo uma forte semelhança entre ele, (rei Saul) e a Igreja do século XXI. Semelhança que denominei de a SÍNDROME DE SAUL, caracterizada pela falta de sensibilidade espiritual, falta de juízo e bom senso, falta de discernimento espiritual.

      No antigo Oriente Médio, havia farias entidades pagas. Essas entidades eram manipuláveis conforme a vontade do adorador, mediante sacrifícios ofertas votos e oblações. 

      Muitos da Igreja atual tratam a Deus como ele fosse um Ídolo pagão, como se ele fosse manipulável, caprichoso, carente etc.

Por Leon Denis